segunda-feira, 23 de maio de 2011

Thoughts of Flash

Seguidamente apresentarei um texto escrito por um ex aluno do ISMT , de seu nome Hugo Morais , que nos fala do futuro indefinido do flash e todas as guerras criadas em volta do mesmo.

Artigo


O indefinido futuro do Flash

"Quando se fala do futuro da web, inevitavelmente que surge no topo das discussões o Flash. Por detrás disto estão naturalmente interesses económicos, histórias mal contadas e também manipulações de opinião.

A novela não é recente e longe está o “acordo de Paz” pelo qual todos esperamos ansiosamente, não apenas porque já cansa, mas principalmente para decidirmos (nós que estamos ligados ao desenvolvimento) para que lado nos havemos de virar e também de que forma o iremos fazer.
É verdade que o Flash tem algumas “limitações” mas não é menos verdade que Steve Jobs com a Apple também as tem.
Começando por analisar a carta publicada por Steve Jobs no site da Apple a 30 de Abril de 2010 intitulada de “Thoughts on Flash” (http://www.apple.com/hotnews/thoughts-on-flash/) deparamo-nos com algumas questões que têm que ser faladas.
Em primeiro é necessário compreender o passado tanto da Apple, da Adobe e a junção das duas. É também importante chamar à discussão outros nomes não menos importantes como Google e Microsoft. Se falarmos de Microsoft temos então que chamar também a Nokia.
A Apple e a Adobe têm uma história comum. Uma relação de longa data. A Apple principalmente ligada ao hardware e a Adobe a desenvolver software principalmente dedicado para as máquinas da Apple. Digamos também que na altura em que a Apple esteve à beira da falência, quem lhe deu a mão foi a Adobe. A Apple “renasceu das cinzas” sendo hoje um gigante em grande parte graças aos seus iPods, iPhones, MacBooks, etc sempre com o apoio da Adobe. Mas algo se passou: a Apple declara guerra à Adobe – vamos acabar com o Flash de uma vez por todas. Para tal, e para espanto de todos, junta-se ao seu eterno rival Microsoft e chama também as tropas da Google. Sinceramente quando eu soube desta junção pensei para mim: “não tarda muito que se vão chatear todos outra vez”. Bem, cerca de duas semanas depois, foi isto que aconteceu à semelhança do que eu esperava. Qual o interesse da Microsoft em juntar-se à Apple nesta guerra? Para os mais esquecidos, aquando do anuncio do Silverlight a Microsoft anunciou que este iria esmagar o Flash. Hoje, 4 anos depois o resultado está à vista – o Silverlight não pegou e o Flash continua a dominar. Quando à Google, essa sim penso ser a única com interesses diretos e claros no acabar com o Flash com vista a uma web melhor – é que a Google no meio desta guerra têm um modelo de negócio totalmente diferente de qualquer uma das outras marcas. A defenderem o mesmo - uma Open Web – acabaram todos por se chatear pois cada um tinha os seus interesses em concreto.
É importante mencionar-mos que apesar de atualmente a Apple equipar as suas máquinas com processadores Intel, estes eram antes equipados com processadores Motorola (que a Apple defendia a todo o custo que eram o futuro).
Apesar da Google ter entrado na guerra contra o Flash, a verdade é que no seu SO móvel a Google resolveu incorporar a partir da versão 2.2 (Froyo) o Flash. Ou seja, a Google assume que há espaço para todos e deixa a guerra.
A Microsoft junta-se à Nokia no desenvolvimento de software para os terminais móveis da marca Finlandesa. Bem, acho melhor esperar-mos para ver no que vai dar, mas sinceramente não vejo um bom futuro nesta fusão.
Na carta “Thoughts on Flash” o CEO da Apple lança vários ataques ao Flash citando supostas limitações e desvantagens deste. Começando por citar que o Flash não permite descodificar o codec H264, falando que o Flash é totalmente proprietário, que o Flash não faz uso do Hardware, ora quem está dentro do assunto, já aquando desta (tentativa de) manipulação de opinião o Flash já suportava o codec H264 (eu próprio já tinha feito testes), quanto ao uso de hardware digamos que estamos perante uma meia verdade ou uma meia mentira. A questão está exatamente na linguagem de programação -  Actionscript. Se trabalharmos com AS2.0, o player apenas trabalha em software, se nos virar-mos para o mais recente AS3.0 (2006) a questão altera-se.
Quanto ao ataque que Jobs faz do facto do Flash ser totalmente proprietário, eu apenas questiono o seguinte: Onde está essa preocupação quando se fala em codificação em h264? Jobs também fala da falta de suporte para multitouch por parte do Flash– novamente uma falta de informação deste ou então novamente uma manipulação de opinião.
Bem, para não me alongar mais, em termo de conclusão, tenho que concluir que muito falta ainda para se saber qual o futuro. O HTML5 está aí, mas quando se compara ao Flash, ainda muito tem que crescer (12 anos de diferença). Penso que o futuro passará não pela eliminação do Flash mas sim pelo “arranjar” de espaço para cada um."
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