“O Twitter foi uma caixa de ressonância do descontentamento da juventude egípcia com o regime de Hosni Mubarak, depois da preocupação com o desaparecimento de Ghonim e nas últimas horas da alegria – e do alívio – causada pela sua libertação. No Facebook, a resposta dos internautas foi ainda mais significativa.
O reconhecimento público de Wael Ghonim deu os primeiros passos com a criação no Facebook da página “We are all Khaled Said”, actualmente com mais de 50 mil seguidores, mas a saída de cena deu-lhe projecção internacional. O responsável pelo departamento de marketing da Google para o Médio Oriente e Norte de África, que trabalha no Dubai, viajou para o Cairo a 23 de Janeiro, dois dias antes da revolta, que potenciou com a utilização das redes sociais, e foi preso a 27.
O jovem de 28 anos que dá nome à página criada por Ghonim no Facebook, Khaled Said, foi vítima mortal da violência policial, perpetrada por dois agentes em Alexandria. A indignação fez avançar com o que viria a ser um espaço de concentração do desagrado entre os internautas egípcios, por estes e por outros casos, que acabou por extravasar as fronteiras da Internet e culminou com a revolta nas ruas de várias cidades.
No último tweet antes de ser detido, Ghonim escreveu que os manifestantes estavam “prontos para morrer”. Depois, foi o vazio. A Google, a família e os amigos fizeram notar essa ausência, até que ontem Ghonim foi libertado junto com mais meia centena de bloggers, activistas e elementos de várias organizações juvenis.”
In Publico
Seguidamente deixo-vos aqui uma entrevista de Ghonim ao programa 60 Minutos da CBS onde ele fala da revolta e da importância das redes sociais para que esse revolta tenha sido “concretizada”.
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